quinta-feira, 28 de julho de 2011

“Nascemos na lama e morremos no barro.”


Há algum tempo, trago em minha mente esse pensamento. Creio que quem o direcionou para ela foi meu próprio inconsciente. Talvez a intenção foi de desafio, pois falar sobre a vida e a razão na qual existimos é sempre um grande desafio.
Ao observar tudo o que se passa ao nosso redor, fui capaz de perceber que é uma boa frase e se enquadra muito bem com a humanidade.
Então nascemos e somos lama- isso quer dizer que dependemos sempre de algo para existirmos. Dependemos da água e da terra esses dois elementos essenciais. Como humanos em nossa vida a água representa a alma e tudo aquilo que acreditamos saber – toda nossa cognição. Já a terra vem representando nosso corpo que precisa ser nutrido por  elementos saudáveis. Na visão do coração esses elementos não são somente aquilo que ingerimos mas também  o carinho que recebemos ao sermos tocados  pelo próximo seja  um beijo inocente de um  do filho, de  um apaixonado  amante ou até mesmo abraço de  pai. Digo isso porque tudo que faz bem ao corpo faz bem a mente.
A alma precisa ser pura, a mente necessita de descanso a terra precisa ser adubada com elementos saudáveis. Ao dizer “alma pura” eu falo de uma alma que acredita em algo maior que si própria, algo que possa lhe servir como alicerce. E que permita que este alicerce esteja  em toda a sua vida lhe dando uma razão à sua existência e  fazendo acreditar cada vez que tudo que você viveu teve um “porque”.                                
Ao passar dos anos,  tudo que vivemos e sentimos- os abraços, beijos, e até mesmo os vinhos que tomamos irão contribuir de alguma para que essa lama se torne no futuro um barro modelável. Quando você se for cada pessoa que teve a oportunidade de conviver contigo  vai te modelar de uma maneira única. Saiba que  há também aqueles que não irão te modelar – talvez nem encontrem onde guardar-te em  lembranças.
No final quando olharem a escultura na qual você se tornou eles serão capazes de ver tudo o que você viveu, sem ao menos ouvir uma palavra. Talvez até mesmo aquele que não chegou a te conhecer  descobrirá o que você foi na vida.
Quando passo e vejo uma pessoa caminhando da lama para o barro eu olho, paro, penso e me pergunto -  O que ela vive? Será que ela cultiva o amor ou o ódio? Deseja a vida ou a morte? Do que ela depende?
E no fim, vejo filmes em minha mente do meu passado e como pode ser o meu futuro.

Pare, pense e se pergunte – O que eu sou hoje? E que eu serei amanhã?
“As lamas que nascerão serão dependentes da poeira que cairão das esculturas modeladas por cada um de nós.”

spo.

2 comentários:

  1. ... E de cada modelagem vão nascendo os novos textos. Você está indo bem garota!

    Sergio

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  2. A cada molde surge um sonho; a cada sonho uma realidade moldando um futuro imprevisível, tanto próspero como um vaso de relíquia quanto apenas acabar na lama como qualquer outro.

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